É possível se preparar para um trabalho que ainda não foi inventado?

Tia

Pelo título do conteúdo, você deve estar pensando: “A Tia pirou de vez!”. Mas relaxa, ainda não foi dessa vez. O assunto de hoje foi baseado no artigo que Amanda Reill escreveu para a revista Entrepreneur, falando da sua experiência de se preparar para trabalhar com que ainda não foi inventado.

Quando muito jovem, coisa de 20 anos atrás, Amanda recebeu um conselho: “estude o que você ama, porque o trabalho que você terá, provavelmente ainda não foi inventado”. Foi o que aconteceu com ela e pode acontecer com você. Pois se isso fez sentido tanto tempo atrás, imagina agora, que as coisas estão mudando com tanta velocidade no mercado.

Atualmente, Amanda ocupa o cargo de “Diretora de narrativa executiva”. Não tem diploma pra isso, tem? Não. Ela aponta que o fluxograma para se qualificar e desempenhar um papel como esse provavelmente teria várias páginas e nenhuma semelhança com o que estava imaginando, no auge dos 17 anos, escolhendo a faculdade.

Depois dessa breve história, você deve estar pensando: “Interessante, mas como eu posso me preparar para isso?” Vem com a Tia, no caminho te explico.

Como se preparar para o desconhecido?

De acordo com a estimativa de especialistas, divulgada no VOA, 85% dos empregos que os universitários de hoje terão em 2030, ainda não foram inventados. E com um tempo médio de permanência, aproximadamente 3 anos para trabalhadores de 25 e 34 anos, mesmo os que se formaram, provavelmente não conseguirão prever com precisão onde chegarão.

Podemos ligar esse dado, com o que aconteceu com os primeiros influencers do Instagram. Quando começaram “era tudo mato”, a plataforma não era essa potência toda, mas eles estavam lá, construindo sua história aos poucos, até se tornaram o que são hoje e inspirar outras pessoas a trilharem o mesmo caminho, só que agora, com mais “infraestrutura”.

Provavelmente esses influencers não tinham noção de onde chegariam, mas pagaram para ver. Nós também não sabemos quais empregos serão inventados, mas podemos nos embasar no acontecimento planejado.

A teoria do acaso planejado foi criada em 1999 pelo professor John Krumboltz, da Universidade de Stanford. Ela traz a ideia de que podemos “planejar” os eventos não planejados que desempenham um papel fundamental onde chegamos. Oportunidades transformadoras e também lucrativas, podem vir de conexões acidentais ou coincidentes. Mas com que frequência nos colocamos em situações em que isso pode acontecer? O que sabemos e quem conhecemos, grande parte caem em nossas próprias mãos, e ambas carregam oportunidades para que o acaso planejado compense.

Dito isso, faça o que está ao seu alcance: seja curioso e cultive uma mentalidade de jornada.

  Seja curioso(a)

Já parou para refletir que em uma viagem, onde incluímos algumas caminhadas, as nossas maiores descobertas acontecem quando nos encontramos no “meio do mato”? Trata-se apenas de uma distração, quando não é intencional.

Por isso, aprender deve ser levado como um estilo de vida. Assista vídeos educativos para se divertir. Afinal, você nunca sabe quando o seu “conhecimento aleatório” pode ser importante para criar um vínculo com um cliente ou parceiro de negócios em potencial. Também ouça podcasts, dê uma passada de olho em sites diferentes do habitual. Esses desvios propositais, podem despertar outras coisas em você.

Procurar oportunidades para desempenhar ou assumir novas funções no trabalho, pode ajudar a somar nesse processo. Você será pago para aprender algo e os seus colegas de trabalho saberão do que você é capaz.

Analise a parte que você mais gosta do seu trabalho atual e reflita se está fazendo o suficiente. Com isso, você pode descobrir outras maneiras de fazer mais e melhor, por exemplo, melhorar algum processo e ver como poderia aplicar essa habilidade em uma jornada profissional.

Estudar o mercado é outro ponto. Você pode ver o que diversos profissionais que compartilham seu conjunto de habilidades estão fazendo para desenvolver novas ou melhorar as que já possui, e também observar as startups, para conhecer as novidades que estão surgindo.

Invista em networking. Se conectar com pessoas, seja ao vivo ou no digital, é uma ótima forma de potencializar as oportunidades, pode ser que você esteja no lugar certo, na hora certa e falando com a pessoa certa.

Para fechar o tópico da curiosidade. Tente fazer uma ligação entre hobby e carreira, se der match vai ser melhor ainda.

  Cultive a mentalidade de jornada

Abraçar o acaso planejado mostra como você se comporta em relação “às curvas da estrada”, também conhecidas como pontos de inflexão. Na matemática o ponto de inflexão é o ponto em um gráfico onde a linha começa a seguir em outra direção. Na carreira, não é muito diferente. Quando criança é possível que você tenha se imaginado atuando em uma área, mas ao chegar na época da faculdade ou vida adulta percebe que está começando a trilhar outros caminhos, seja pelas oportunidades ou vontade.

Amanda conta que em 2020 começou o seu negócio de redação de conteúdo, e não esperava uma oportunidade em uma empresa. Mas um de seus clientes ofereceu um cargo, e ela se perguntou se isso era um passo na direção errada. Acabou considerando a oportunidade como um elemento na sua construção profissional, pois teria chance de crescer e fazer networking e hoje é uma Diretora de narrativa executiva.

Outra vez, existe faculdade disso? Não. Mas é aquilo, novas áreas vão surgindo ao decorrer dos anos e ao longo da sua caminhada, então ser curioso(a), estar atento ao movimento do mercado pode te preparar para algo que ainda vai surgir, seja uma oportunidade vinda do mercado ou algo que você criará.

Pois quem imaginou que um dia existiria Gestor de Tráfego, Copywriter, Gestor de mídias sociais e várias outras?
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