Síndrome do impostor: ela pode prejudicar a sua carreira

Tia
Você já ouviu falar na síndrome do impostor? É uma síndrome que tem sido acompanhada de perto por especialistas em saúde mental nos últimos anos, pois 70% da população mundial apresenta sintomas relacionados ao transtorno, como ansiedade, insegurança e dúvidas relacionadas à própria capacidade, quando inseridas em um contexto profissional ou acadêmico.

Esses sentimentos podem ser considerados comuns, diante de um novo desafio, mas se forem constantes, pode ser tratado como um fenômeno psíquico, chamado de "síndrome do impostor”, onde a pessoa liga o seu sucesso a sorte e não ao merecimento e acaba perdendo oportunidades por não se considerar bom o suficiente.

Pensando na importância desse assunto, a Tia decidiu trazer esse texto para você conhecer sobre a síndrome, saber identificá-la e superá-la, se for o seu caso.

Vem conferir.

O que é a síndrome do impostor?

O nome resulta do sentimento de fraude que a pessoa desenvolve, devido a síndrome, mesmo tendo estudado e trabalhado para alcançar êxito. Vai além da insegurança, o indivíduo não consegue internalizar o sucesso, se enxerga com inferioridade, se desqualifica e subestima as próprias habilidades, atribuindo o sucesso apenas “à sorte” ou oportunismo.

Geralmente, os gatilhos deste transtorno estão associados a uma promoção ou ocupação do cargo de liderança que resulta em mais responsabilidade e visibilidade. O indivíduo não enxerga a sua capacidade, acredita que só alcançou a posição por ter enganado os seus líderes, fazendo-os enxergar que ele é mais competente do que realmente é.

Origem da síndrome

De acordo com a psicóloga Dra. Lisa Orbé-Austin, especialista no assunto, a síndrome pode se desencadear de acordo com a história da família e a dinâmica da sua infância, nas experiências que você teve durante o crescimento e nos modelos que definem a sua postura. Veja como:

  • Infância - nos livros, pesquisadores relacionam a síndrome com situações em que a criança foi chamada de inteligente e assumiu a responsabilidade de manter esse patamar a todo custo.


  • Necessidade de esforço - no caso de um trabalhador esforçado não sentir-se naturalmente apto para nada, sempre se doando acima da média para realizar as coisas.


  • Sobrevivente - pessoa que não tem muitos feedbacks e nem é considerada mais inteligente ou trabalhadora, mas precisa alcançar alguns objetivos para sair da atual circunstância e ter uma vida diferente. A pessoa geralmente se sente um elemento errado.

Principais sinais que ajudam a identificar a síndrome

Veja os 6 principais.

  Sentimento de não merecimento

Geralmente as pessoas que sofrem com a síndrome, não se consideram dignas de ocupar o lugar que estão ou que está sendo oferecido. Isso gera um sentimento de não merecimento, fazendo com que recuse propostas para ocupar novos cargos e aumentar os ganhos.

  Procrastinação excessiva

Esse é um aspecto que precisa ser bem avaliado para descobrir a origem da procrastinação. Se ela estiver associada à síndrome, resulta de uma insegurança em executar a tarefa.

  Autossabotagem

Devido ao medo de falhar, o indivíduo toma decisões arbitrárias que acabam resultando em decepções que tentava evitar. Ou seja, adota comportamentos autodestrutivos, provocando o distanciamento das pessoas e consequentemente de oportunidades.

  Medo de se expor e ser "descoberto(a)"

Como a pessoa que possui essa síndrome não acredita que o seu sucesso é por merecimento e sim por sorte ou oportunismo. Evita se expor para que a sua “fraude” não seja descoberta.

  Desejo de agradar os outros

Agradar os outros é algo que fazemos naturalmente, mas quando isso se torna uma obrigação é importante investigar. Geralmente a pessoa começa a desagradar a si para agradar os outros, usa isso como uma forma de ser aceita no grupo, faz o agrado esperando algo em troca e se isso não acontece fica frustrada.

  Comparação constante com os outros

Sabe aquele ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde”? Pois é, quando o indivíduo passa a enxergar que a vida do outro é sempre melhor do que a dele ou só encontra qualidades nos outros e defeitos em si. Isso o coloca em uma posição de competição consigo mesmo, em busca de uma perfeição que não é a realidade de ninguém. Ao invés de ver os outros como fonte de inspiração, fica se comparando o tempo todo.

Como superar a síndrome do impostor

Vamos citar aqui algumas dicas da Dra. Lisa Orbé-Austin que faz parte do processo para superar a síndrome.

Mas, fique atento(a): os sinais citados anteriormente, podem aparecer de forma pontual, o problema é quando tornam-se excessivos, causando um desequilíbrio emocional. A partir disso, o mais indicado é procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Eles são capazes de ajudar a identificar a causa do sentimento e mostrar estratégias para superação.

Dica 1: Aprender a desafiar os pensamentos negativos

Invariavelmente temos pensamentos negativos, mas desafiar os pensamentos negativos que são desencadeados por gatilhos, ajuda no processo de superação. Afinal, “ Você não é seus pensamentos, você é o observador de seus pensamentos”. A partir desse entendimento, é importante aprender a fazer uma autoanálise e em seguida combater os pensamentos ruins que surgem, para que as ações sejam baseadas na realidade.

De acordo com a Dra. Lisa “saber a diferença entre “a apresentação foi horrível” e “eu cometi um único erro solitário, isso acontece, sou humano”, é uma forma muito mais saudável de se autocriticar.”

Dica 2: Priorizar o autocuidado

síndrome geralmente faz com que a pessoa trave alguns conflitos internos. Por isso, é importante aprender a se estruturar e cuidar de si de uma forma racional. Observando o esgotamento e a recuperação. Faça coisas que realmente são um autocuidado.

Dica 3: Pertencer a uma comunidade

Fazer parte de uma comunidade que tenha bons mentores, faz parte do processo. Escolher pessoas para fazer as coisas em conjunto e depois observar como você traduz os sucessos e feitos para elas é um bom exercício. É essencial não se autodepreciar e aprender a receber elogios para internalizar as suas conquistas.

Como vimos, a síndrome do impostor é algo sério e apesar de não ser considerada um transtorno psicológico pela OMS (Organização Mundial da Saúde), está ganhando cada vez mais notoriedade nos estudos relacionados à saúde mental.

Por isso, é importante ficar atento aos sinais da mente, se observar e entender que é necessário buscar ajuda para receber o acompanhamento adequado.

Se acendeu um alerta em você não hesite em procurar ajuda. Você também pode compartilhar esse conteúdo com pessoas próximas.

A Tia quer ver todo mundo saudável, acreditando no seu potencial.
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